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Todos já visitámos Coimbra, todos conhecemos ou achamos que conhecemos Coimbra… Mas quantos de nós olharam para a cidade do Mondego com um olhar centrado num único objectivo, ou num único (largo) tempo? Menos, certamente. É esse convite que a visita/formação agora proposta convida a fazer: olhar melhor para os testemunhos patrimoniais de um tempo em que Coimbra foi capital (cabeça do reino) de Portugal e uma das cidades onde os monarcas mais tempo viviam (e, como eles, muita da aristocracia), mas também o tempo da construção e apogeu de grandes e pequenos templos, entre a velha catedral e igrejas paroquiais, assim como poderosos mosteiros. Estes últimos eram lugares de oração, mas, também, alguns deles, os maiores produtores de arte, e da melhor arte que se fazia, tendo-nos legado verdadeiros tesouros artísticos, uns mais visíveis, outros mais escondidos. Se muito património não chegou aos nossos dias (por razões várias), muito é o que ainda subsiste, in situ ou deslocado e guardado ou apresentado nas colecções de museus…
Estes dois dias serão dedicados a deter o olhar em vários locais de enorme relevância patrimonial, mas com enfoque especial no património histórico-artístico criado entre os séculos X e XV.
No primeiro dia visitaremos o Museu Nacional Machado de Castro onde algumas das obras testemunham ainda o tempo dos condes D. Henrique e D. Teresa, a importância das comunidades moçárabes da cidade, assim como importantes obras provenientes de templos que foram demolidos ou renovados mas que formavam a malha urbana mais antiga da cidade medieval. Aqui também se expõem esculturas e ourivesaria dos séculos XII ao e XV que nos permitirão ter uma ideia da grandeza da arte então produzida em Coimbra devida à importância das suas pedreiras e das encomendas grandiosas de alguns dos principais clientes (mecenas). Mesmo ao lado encontra-se a igreja românica de S. Salvador, de que veremos brevemente apenas o exterior. À tarde visitaremos o mosteiro cisterciense de Sta. Maria de Celas, especialmente notável devido ao seu claustro com capitéis historiados.
No dia seguinte a conversa sobre História e Arte continuará na Catedral (Sé Velha), exteriores, interior e claustro com um olhar atualizado sobre a sua arquitectura, escultura e restauros. Passaremos ainda na igreja de Santiago para recordar que Coimbra foi (e é) uma importante etapa (ou início) do Caminho Português de Santiago. Na segunda parte do dia visitaremos o convento de Sta. Clara-a-Velha e, ainda, o Convento de Sta. Clara a Nova com um propósito de observarmos os extraordinários monumentos funerários da Rainha Santa Isabel e da sua neta, a infanta D. Isabel. Serão dois dias para deslumbrar o olhar, aguçar a curiosidade e “enriquecer a alma”.
Carla Varela Fernandes (NOVA-FCSH)
Transporte e alojamento por conta própria.