Edificado durante as últimas décadas do século XIX, o monumento foi projectado pelo primeiro arquitecto português José Luiz Monteiro, e decorado pelos melhores artistas da época, nomeadamente, Luigi Manini e Leandro de Souza Braga, entre outros. A riqueza das influências estilísticas que denota resulta num conjunto de grande importância histórica e artística, perfeitamente integrado no espírito Romântico da paisagem em que está inserido, ao mesmo tempo que se afirma como um dos expoentes máximos da modernidade no final de século, marcado por um funcionalismo de vanguarda, e pela ousadia do seu programa decorativo. Mas, o universo Biester é muito mais do que os nossos olhos conseguem ver, com uma história repleta de segredos, e uma dimensão espiritual misteriosa e cativante. Todos os acontecimentos que deram origem à sua edificação, em particular, da Capela e da Biblioteca, se revestem de um misticismo profundo e complexo, onde arte e religião se encontram, de uma maneira singular e inesperada, num percurso que se constrói através de temas tão intrigantes como os Cavaleiros Templários, Roma e a Cristandade, ou mesmo através de ligações esotéricas às esferas do Ocultismo. Mais do que um monumento histórico, o Palácio Biester é uma misteriosa aventura num labirinto cultural fascinante e pouco explorado – vamos descobri-lo.